Scott Walker realizou a mais dantesca carreira da história da música.
Foi da extrema popularidade televisiva da jovem guarda inglesa à uma reclusão auto-infligida ao estilo "Fantasma da ópera".
Colheu imediatamente os louros do sucesso, cantando de peito aberto as desventuras do coração em baladas pop (Walker brothers), as sagas românticas de Jacques Brel e Bacharach, a ternura cinematográfica de Albert Lamorisse (Plastic Palace People - Scott 3), sem que o paralisassem os presságios mórbidos de uma solidão inevitável (Scott 4).
Foi da extrema popularidade televisiva da jovem guarda inglesa à uma reclusão auto-infligida ao estilo "Fantasma da ópera".
Colheu imediatamente os louros do sucesso, cantando de peito aberto as desventuras do coração em baladas pop (Walker brothers), as sagas românticas de Jacques Brel e Bacharach, a ternura cinematográfica de Albert Lamorisse (Plastic Palace People - Scott 3), sem que o paralisassem os presságios mórbidos de uma solidão inevitável (Scott 4).
Aos poucos racha-se a máscara glamorosa do Crooner, e o que se deflagra é o vazio mais prolífico do homem possuído por sua arte.
Algumas esporádicas aparições à luz do dia são registradas em Moviegoer, Stretch, We Had it all.
Em Climate of the Hunter já não se entrevê muita luminosidade.
Até que finalmente, depois de alguns anos fora de cena, retorna com a voz carregada de tortura, sem menor vestígio de melodia ou simpatia pelo drama humano (Tilt, e The drift).
Até que finalmente, depois de alguns anos fora de cena, retorna com a voz carregada de tortura, sem menor vestígio de melodia ou simpatia pelo drama humano (Tilt, e The drift).
Como o murmúrio de um coro solitário, assassina a música antes que ela alcance a redenção dos ouvidos. Os arranjos parecem forjados num distrito industrial assombrado, entre espasmódicas percussões de carne (e isso não é metáfora) e silêncio angustiante...
Entre esses dois extremos há o documento de uma devotada evolução artística de mais de 40 anos, com todas as nuances com as quais um gênio doa à sua obra vida.
Atenção especial para as colaborações: Goran Bregovic (colaborador musical do Kusturica, juntos compuseram Man from Reno, uma canção devastadora), Harry Mancini, Nick cave e Blixa Bargeld (Trilha do filme To have and to hold), Leos Carax (Trilha do maravilhoso Pola X, que também conta com colaboração de Smog), Pulp (Produção) e Ute Lemper (célebre intérprete de Kurt Weil), entre outras.
Walker Brothers:
Take It Easy with The Walker Brothers (1965)
Portrait (1966)
Images (1967)
No Regrets (1975)
Lines (1976)
Nite Flights (1978)
Portrait (1966)
Images (1967)
No Regrets (1975)
Lines (1976)
Nite Flights (1978)
Solo:
Scott (1967)
Scott 2 (1968)
Scott 2 (1968)
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