sábado, 2 de agosto de 2008

You are not forgotten!


Thrash Metal, a subdivisão maldita do metal, responsável por assassinatos e suicídios, por pactos com o demônio e pela descrença em Cristo.

Mas, para mim, ouvir Thrash sempre foi como entrar num túnel do tempo. Volto ao prédio onde viví a melhor época da minha vida, volto à minha infância, lembro dos meus dias intermináveis jogando bola com os amigos ou brincando de Cabra-Cega com as namoradinhas.
Graças ao meu irmão mais velho, ele, quando adolescente, foi um metaleiro de carteirinha que, sem querer querendo, com o volume sempre no máximo, fez com que Metallica, Anthrax, Slayer, Megadeth e Pantera fossem o constante fundo musical daquele paraíso, agora, perdido.

Quando soube do assassinato de Dimebag Darrell, transpasse indigno que aconteceu em cima de um palco em Columbus, Ohio, 2004, durante uma apresentação de sua banda, Damageplan, fui acometido pela sensação de perda de um parente próximo, alguém que era meu sustentáculo tanto nos momentos penosos quanto nos burlescos, o espírito guia responsável pelo que hoje sou; um pervertido, porém de boa índole, um verdadeiro doce de pessoa que aprecia posições sexuais heterodoxas, bebidas alcoólicas e ensejos lascivos.

Dimebag criou, com o Pantera, a manifestação cabal dos sentimentos nobres de um homem, sua Washburn moldou personalidades, recriou, fez com que meninos inseguros virassem homens altivos. Se Mitologia não fosse apenas, como o próprio nome diz, um aglomerado de lendas, eu acreditaria que Dime foi, assim como Hércules, um herói etéreo, cujo labor era mais árduo do que todos os trabalhos do filho de Zeus juntos em um só, varrer do mundo os cagarolas inveterados.

E quase ao fim de sua odisséia, no debrum dos anos 90, a menos de uma década de sua ascensão ao panteão das deidades do metal, Darrell, acercado de seu inerente irmão Vinnie Paul e amigo Rex Brown, cruzou caminho com David Allan Coe, um prístino caipira que manteve florescente a alma selvagem que o levou a viver o apogeu de sua mocidade capturado e enjaulado (na Ohio State Penitentiary) e, quando liberto, o transformou num diabo insigne do Country marginal no decorrer dos anos 70.

Encontro epopéico que deu luz a um único album que, toda vez que escuto, declara o fenecimento do marasmo e resulta num aumento significativo na produção de testosterona, que, como doses choradas de Whisky, me converte em um desbravador de mulherames nunca antes aventurados. Dime, como sempre, nos brinda com seu feeling decantador e agressividade sulista, enquanto David, com dicção folclórica de rancheiro, nos narra as peculiaridades e extravagâncias de um apóstata.

Uma supernova de virilidade e honradez esplêndida, oportunamente nomeada REBEL MEETS REBEL.




Rebel Meets Rebel - Nothin' To Lose




Rebel Meets Rebel - Heart Worn Highway




Rebel Meets Rebel - Cowboys Do More Dope





Rebel Meets Rebel * * * * * √









01 - Nothin' To Lose
02 - Rebel Meets Rebel
03 - Cowboys Do More Dope
04 - Panfilo
05 - Heart Worn Highway
06 - One Nite Stands
07 - Arizona Rivers
08 - Get Outta My Life
09 - Cherokee Cry
10 - Time
11 - No Compromise
12 - N.Y.C. Streets

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